Orientações para estimulação de linguagem oral
- hellenvalentim
- 21 de mar. de 2023
- 3 min de leitura
Desde o nascimento nós possuímos todas as estruturas neurobiológicas para desenvolvermos a linguagem oral. Mas, ninguém já nasce falando porque para isso acontecer precisamos de um certo nível de desenvolvimento cognitivo, neurológico e motor. Também é preciso termos uma boa audição. Além disso, é fundamental estarmos em um ambiente onde as pessoas à nossa volta conversem com a gente e sirvam como modelo de fala. Aprendemos a falar porque as pessoas falam com a gente e nos incentivam a falarmos com elas. Essa interação precisa ser uma via de mão dupla: uma pessoa fala, a outra escuta e vice-versa.
Na maioria das pessoas esse desenvolvimento ocorre naturalmente, pois todos os fatores que citei acima estão dentro do esperado. Porém, em alguns casos podem existir problemas em um ou mais desses aspectos e a linguagem oral demora a surgir. Inicialmente, é importante garantir que não existem problemas auditivos (Por isso é tão importante o Teste da Orelhinha) e que o ambiente é realmente estimulador para o desenvolvimento da linguagem oral.
Pensando em ajudar as famílias a proporcionarem esse ambiente favorável para a linguagem se desenvolver, elaborei algumas orientações que descrevo abaixo.
Vamos, então, colocá-las em prática?
As atividades do dia a dia, como a hora do banho e das refeições, são ótimas oportunidades para ampliar o vocabulário da criança. Aproveite esses momentos para falar o nome e as funções dos objetos, alimentos, partes do corpo etc...
Ao falar com a criança, procure usar palavras simples e evitar o uso de diminutivo. No diminutivo as palavras ficam maiores e, por isso, são mais difíceis de serem pronunciadas pelas crianças. Procure também usar frases curtas;
Pronuncie corretamente as palavras, usando boa articulação e entonação;
A criança precisa sentir necessidade de falar. Por isso, quando ela pedir algum objeto apenas apontando, não o entregue sem que ela tenha falado o nome ou pelo menos tentado falar (mesmo que fale de forma incorreta);
Quando a criança falar alguma palavra de forma errada você não deve corrigi-la nem pedir para que ela fale corretamente. Devolva as palavras ditas pela criança de maneira correta e inseridas em frases: Ex.: A criança pede a bola: - /bo/ - Você quer a bola? Tome a bola!
A melhor forma de conversar com a criança é olhando de frente para ela, de modo que ela possa observar os movimentos que você faz para falar;
Dê pequenas ordens para a sua criança. A linguagem precisa ser estimulada também em seu aspecto receptivo, quanto à compreensão. Ex.: - Jogue beijo para o papai. - Pegue a bola.
Explore os órgãos usados para a fala (língua, lábios, bochechas); Ex.: Vibrar os lábios, jogar beijos, encher as bochechas de ar etc.
Fazer perguntas do tipo: “O que é isso?”, “Quem é esse?” “Fale o nome disso” servem muito mais para testar as competências da criança do que para estimulá-la. Procure agir naturalmente, narrando o que ela e você estão fazendo, nomeando objetos... Evite perguntas desse tipo;
Evite oferecer ajuda a criança ou atender aos seus interesses sem que ela tenha solicitado. Ex: A mãe está observando a criança tentando encaixar um brinquedo, mas ela não está conseguindo. Em vez de logo encaixar o brinquedo para ela, espere que ela te procure para solicitar a ajuda. Caso ela não procure a ajuda, pergunte a ela: - Você quer ajuda? (Espere ela responder). Então, eu te ajudo.
Permita que a criança tenha oportunidades de iniciar a comunicação e corresponder às iniciativas de comunicação do interlocutor.

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